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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Praça do Império - Os Heróis do (nosso) Império



As gaivotas em terra são pronúncio de tempestade no (horizonte) mar.
O brilhante mate da sua recortada figura no cinzento do ameaçador céu, manifesta-se na praça, orgulho da nação
Drama, emoção e aventura num colorido quase preto (prata) e branco.
Nuvens sobre a Pátria?



Apenas uma efémera ilusão de óptica!


Sobre a monumentalidade da ex-(libris) capital do Império, o Sol fura o capacete e torna-se num roteiro imperdível de milhares de novos descobridores da lusitana glória passada que, também para eles, é intemporal.
Heróis de cores vivas,como se a nova aventura ainda estivesse a nascer.
Infante Capelo Gaivota, não há nuvens que resistam ao apelo do céu azul e do mar!


Na praça dos nossos heróis, mesmo num Sábado de manhã que promete tempestade de Adamastor, a nossa alma é (sempre) tão grande quanto a esperança e não há cabo que corte as raízes ao (pensamento) sonho.
Uma visão panorâmica e compósita da grande alma lusitana!

domingo, 13 de janeiro de 2013

Semana 3 – A casa dos segredos


O ano que já acabou, insiste em não se extinguir (de vez) na chama mortiça do imaginário de um ano velho.
Só me recordo do repetido e mecânico regresso a casa…
Cinco vezes esta semana, como em (quase) todas as semanas
Na semana 3, o regresso a casa faz-se através de uma noite precoce, luzes desbotadas pela chuva que borrifa intermitentemente o asfalto riscado pelo traço branco que insiste em não se desviar do meio da estrada.
E como diz o fotógrafo, o regresso a casa é um exercício de solidão rodeada de pessoas           
Tal como na semana 52…
Na semana 3, não há forma de mudar a folha do calendário.
Way Home, versão minha e não do fotógrafo: Entre as pontes e os viadutos, a visão entrecortada dos pedaços de céu ainda reflete os fogos-de-artifício do mundo inteiro, e a sensação de que o tempo se desprendeu do curso do tempo na noite de fim de ano, tanto fogo e um ano que durou tantas horas a despedir-se que não partiu!
Einstein argumentava que o tempo é uma medida relativa…e Dali derretia os relógios nas árvores e nas mesas, como naturezas mortas à espera da ressurreição
(…insiste em não se extinguir)
Um presidente que continua a esvair-se como uma natureza morta que derrete os relógios do tempo numa amnésia premeditada dos princípios atuariais, sem uma pinga de sentimento de culpa nem uma gota de solidariedade geracional.
Estamos na semana 3 do ano XIII, e o tema continua a ser a pensão do presidente.
E o ano não acaba e, nas janelas da semana 3, tudo se assemelha a paisagens vazias, no regresso a casa, na escolha de livro da semana, na obsessão pelos fins-de-semana culturais.
Fascino-me momentaneamente pela viagem do escritor irreal Dentro do Segredo, mas o relato deste mundo improvável, mas insano, revela-se tão depressivo, tão meticulosamente obsessivo quanto a encenação patética que descreve.
Chama-se Coreia do Norte, e o híper realismo assemelha-se a um doentio voyeurismo das nossas mais profundas entranhas.
Na semana 3, esta leitura em três dimensões antes de dormir e, bem depois do suburbano e cinematográfico back way home, provocou-me um sono suspenso entre o pesadelo e a insónia, que me empurra para o passado, vira-me as memórias no sentido inverso aos ponteiros do relógio e empurra-me irremediavelmente para dentro de uma paisagem dantesca.
As minhas humildes desculpas ao autor…
O tempo voltou a encaixar na máquina do tempo e rebobina os épicos exemplos de construção rocambolesca de uma sociedade utópica, um culto de personalidade tirano e inenarrável
Decapitação intencional da natureza humana em formato de exibicionismo descritivo.
Chego a pensar que seria melhor manter o segredo fora da literatura
Humildes desculpas ao autor!
Vanguardas Russas, um Sábado à procura dos meus fétiches pessoais, arte merecedora de sala no Tate Modern, no Centro Cultural de Cascais e nas paredes da minha casa, mas tão surreal quanto a viagem do José Luis.
Menos perigosa, porque se transformou a realidade em arte, perdendo assim todos os vestígios de carga ideológica.
 
Com antecendentes destes, não podia mesmo terminar a semana 3 doutra forma!
Tudo paisagens vazias nas precoces noites frias de um inverno seco, mas de mar tempestuoso, no meu regresso a casa
Regresso ao futuro, na semana 4?
?
Neste prolongamento de ano passado (Einstein e a sua medida relativa) sem tempo preciso, nem a casa dos segredos foi decapitada de vez nem as nossas elites conseguem descobrir as raízes do estado social, no tecnocrático relatório sobre a história da nossa dívida pública.
Ansiamos que o nosso presente (passado ano de 2012) se transforme em reality show ou sala de museu na ala de arte contemporânea.
No Domingo , a fúria dos elementos – o vento, o mar revolto e os contrastes das cores do fim da tarde – prometem-nos que na semana 4, vamos finalmente regressar ao futuro.
É a teoria da destruição criativa dos elementos, que ninguém ainda inventou!